terça-feira, 13 de novembro de 2012

Manaus, aeroportos e o congresso

Na manhã da chuvosa segunda-feira paulistana, embarquei para Manaus. Fui um dos cinco palestrantes do I Congresso Nacional de Educação, Geografia e Turismo, promovido pela Universidade Estadual do Amazonas, com apoio da Faculdade Metropolitana de Manaus (Fametro) e outras instituições.



Como em vários aeroportos do mundo, quando as pontes de embarque (ou fingers) ficam lotadas, os aviões ficam em posições remotas. As pessoas têm que andar a pé ou, na maioria dos casos, levadas por ônibus. "Meu" avião era um Airbus 330 da TAM, de grande porte, para 230 passageiros; o voo é nobre, pois faz São Paulo-Manaus sem escalas e sempre leva muitos estrangeiros. Todo mundo se molhou para embarcar, pois o aeroporto tem escadas com cobertura apenas para os aviões médios como o B737, o A320, o A319, os jatos da Embraer... Se for um equipamento wide body (os grandes, com fuselagem larga) como o B747, MD-11, B777, A330, A340), as escadas são abertas faça sol, chuva ou vento. A maioria desses voos são internacionais, então primeira e a última impressão que um estrangeiro leva do Brasil, se o tempo estiver ruim, não é das melhores.


Em décadas, a incompetência da INFRAERO e dos militares da Aeronáutica que tomaram conta (muito mal) da aviação comercial brasileira, não comprou escadas cobertas para jatos de grande porte. Claro que o Jumbo, o Boeing 747, por exemplo, é de 1970, ainda não deu tempo dos burocratas patéticos fazerem a dotação, se convenceren da necessidade do equipamento e pensar nos passageiros... Reconfirmei, mais uma vez, esses dados a bordo e a tripulação pediu que eu ajudasse a divulgar esse absurdo, pois nunca foram ouvidos pelas "autoridades" dos nossos aeroportos. Imaginem o que comissários(as) e pilotos ouvem de desaforos nessas ocasiões e a responsabilidade NÃO é das companhias aéreas. Sem contar que, algumas vezes, na chegada, os ônibus demoram até vinte minutos ou meia hora para buscar os passageiros.Ainda há muito para melhorar em nossos aeroportos.


Mas decolamos e a chegada em Manaus (aliás na Amazônia em geral) é sempre uma experiência visual insólita por sua beleza e grandiosidade. Essa é uma ilha do Rio Negro, quase em frente à Manaus.



Assim como em Brasília, São Paulo e Rio, o aeroporto de Manaus tem seu quinão de sucata aguardando encaminhamento jurídico para limpar a área. Na foto a carcaça de um DC-8 (isso é do meu tempo!), ao lado de um B707 (idem), apodrecendo após alguma falência. O setor privado falido também contribui com as mazelas aeroportuárias.


O Congresso foi no novíssimo auditório da FAMETRO e teve a participação de docentes e acadêmicos de várias instituições de Manaus e de outros estados da Amazônia.


No hotel, os palestrantes Giovanni Seabra (UFPB), eu (EACH-USP), Ada Dencker (UAM-SP) e Antonio C. Castrogiovanni (UFRS). Só faltou o Francisco dos Anjos (Univali-SC), que já tinha voltado.


à mesa, estou com as professoras Eloisa Gadelha (Uninorte) e Glaudecia Silva (UEA). Na outra extremidade (dir.), o Francisco dos Anjos.



As docentes fazem parte das novas gerações que estão protagonizando uma nova fase do ensino e da pesquisa em turismo no Brasil. Um dos bons exemplos  é a Univali-SC e a Uninorte. Com nota cinco no programa de mestrado em Turismo, a Univali agora oferece doutorado e completou seu primeiro acordo de mestrado a distância com a Uninorte, de Manaus. Alianças como essa serão cada vez mais comuns, desde, é claro, que haja produção acadêmica e articulações internacionais que incrementem nossos estudos. Enfim, como sempre a hospitalidade amazônica foi uma delícia e aproveitamos para rever colegas e conhecer outros professores e alunos(as).



Manaus tem um novo skyline fluvial que é a ponte estaiada que atravessa o rio Negro. Faz um contraste com os pequenos barcos que se amontoam nos portos. O próximo post será sobre a cultura fluvial da hiléia amazônica. Me aguardem. Valeu, Manaus e turma do norte.


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