domingo, 30 de outubro de 2011

Piloto descolado da Polícia Militar de São Paulo

Na última quinta-feira (27 de outubro), pela manhã, ouvi o ruído de um helicóptero embaixo da minha janela e fui ver o que era.

Lá estava ele, aterrisando no páteo interno do quartel da Polícia Militar que fica perto de casa, na rua Vergueiro (Liberdade, SP).


O piloto é muito bom. Desceu entre prédios e pousou no meio dos carros estacionados. Foi a primeira vez que vi alguém pousar por ali.


Note que há paredes dos dois lados, árvores no lado oposto e um estreito corredor livre onde é possível pousar, mas com muita perícia.


Foi um encaixe perfeito.


A decolagem acontece em um canyon de prédios ...


... com espaço exíguo para manobras e aproximação.


É uma bela visão da aeronave, ainda voando baixo por entre os edifícios.


O piloto mostrou que conhece sua arte e deu um show urbano de ousadia.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PUC Campinas: Fórum permanente de estudos e experiências turísticas

Quinta-feira à noite começa o Fórum sobre turismo na PUC-Campinas. Tive a honra de ser convidado pelo prof. Marcelo Perez, coordenador dos cursos de turismo e hotelaria (e meu ex-aluno) para  a palestra de abertura. Na segunda-feira o Fórum continua com outro ex-aluno da PUCC, o Danilo Gonçalves.



Fui ex-aluno da PUCC e professor durante quase vinte anos (1988-2007). Ali comecei minha carreira acadêmica. 

A história é assim: em 1978, fui aprovado no vestibular de jornalismo na ECA-USP. Em 1981, voltei para Campinas, minha cidade natal, e cursei turismo (1983) e filosofia (1988) na PUC-Campinas. Ali também defendi meu mestrado em filosofia (1991); depois fiz o doutorado na Unicamp (1996). Em 1995, fui para Águas de São Pedro, no Senac; em 1997, assumi a direção do Senac Turismo e Hotelaria de São Paulo. Em 2005, passei no concurso da EACH-USP e comecei minha carreira na Universidade de São Paulo. Mas deixei muitos amigos entre os ex-alunos(as) e professores(as) da PUC-Campinas e hoje vou matar as saudades. Foi uma grande época para mim, pois participar de uma grande universidade é sempre um prazer imenso. Nas comemorações dos 35 anos do curso de turismo da PUCC (2009), fui homenageado, juntamente com minha grande amiga, a professora Maria Ângela Marques Ambrizzi Bissoli, durante muito tempo coordenadora do curso e que me convidou para fazer o concurso, em 1987. 

Grandes história, grandes memórias. E hoje o curso vive forte e formoso nas mãos de seus ex-alunos que se tornaram mestres competentes e entusiasmados.

E olhe que ainda nem escrevi o antigo e soberbo hino do curso de turismo, dos meus tempos, mas isso é outra história...


domingo, 23 de outubro de 2011

Igreja Nossa Senhora da Conceição - Porto Alegre

Algumas iniciativas são fundamentais para se manter o patrimônio artístico e histórico nacional e a restauração da Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, revitalizou um dos mais belos exemplos de colonial-barroco tardio do Rio Grande do Sul. Um belo exemplo de restauração e cuidado com a história.


A Igreja teve seu processo de tombamento e restauração iniciados em 2007, quando o edifício, as obras de arte e seu madeirame estavam bem comprometidos.



A Igreja situa-se na Avenida Independência, ao lado do Hospital Beneficência Portuguesa, em frente ao colégio Marista Nossa Senhora do Rosário e da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

É uma das igrejas mais antigas da cidade. Bastante conservada, ainda mantém suas características originais. Suas obras iniciaram em 09/11/1851, com o lançamento da pedra fundamental. A inauguração solene ocorreu em 08/12/1858, porém as obras só foram concluídas em 1880.



Atualmente já foram recuperados o Arco-Cruzeiro, presbitério e entornos, altar-mor, as fachadas e a nave do templo.


O que chama a atenção é a beleza suave e despojada das paredes, do teto, dos altares e janelas do templo. Há uma elegância arquitetônica e um estilo marcante, ao mesmo tempo sóbrio e leve, que marca a atmosfera dessa igreja. Ali, na tarde do dia 11 de abril de 2009, em meio aos andaimes das obras de restauração, participei da missa, bem no dia que completei 50 anos de idade. Rever a igreja em 2011, inédita em sua beleza depois de décadas, é um prazer estético inigualável.


Várias empresas comprometeram-se na restauração, coordenada pela Cúria Metropolitana de Porto Alegre, cujas obras ainda não terminaram, pois as paredes laterais e os fundos estão em plena obra. Informações e procedimentos para doações estão no site: http://www.igrejaconceicao.org.br/



Os vidros das portas dianteiras foram revividos em suas cores originais.


As linhas retas, as curvas suaves, os arcos e as cores solenes são realçados pela luz natural filtrada pelas janelas de vidros translúcidos, simples e belos.


Os trabalhos de serralheria, marcenaria, ourivesaria e pintura se complementam mas sem sobrecarregar os cenários com detalhes pesados ou atlhados.


É uma igreja de porte médio, com altares compactos...


... poucos santos e santas ...


... muita claridade e espaço livre para a mente fluir nos encantos místicos do espaço.


Do coro, vê-se toda a Igreja ...


... e percebe-se como ao longo de mais de um século e meio uma obra de arte sobrevive e se destaca, em plena metrópole gaúcha, como um marco de arte e cultura rejuvenescido e orgulhoso de sua história. 

Tinha visto a igreja nas minhas últimas visitas a Porto Alegre e da última vez fui com a câmera. Fui bem recebido pelo staff da Igreja e me deixaram à vontade para fotografar, deram folhetos, explicações e atenção. É uma Casa de Deus habitada por gente boa e correta. A memória, a arte e a cultura agradecem. 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Arcos árboreos de Porto Alegre

Numa dessas viagens ao sul, aproveitei um dia de sol em Porto Alegre para andar pelas ruas arborizadas do bairro Moinhos de Vento.

Há muito verde, flores, casinhas descoladas, edifícios modernos e charmosos.


Essa é a visão de um dos quartos do novo Íbis Moinhos de Vento, naquela manhã de final de inverno.


Dizem que a rua Gonçalo de Carvalho é a mais bonita do mundo, mas não é a única a ter os túneis verdes de árvores, elas se espalham por Higienópolis e Moinhos de Vento, os bairros nobres da cidade.


É um traço urbanístico charmoso da cidade.


Por entre as copas das árvores os prédios sobressaem ...


... nas ruas calmas, tranquilas e cheias de restaurantezinhos e lojas...


... por onde as pessoas passeiam e nos dias de semana há algum congestionamento.


As calçadas são amplas e os muros de pedra, em alguns lugares, nos fazem recordar as décadas passadas.


Essas árvores são as marcas vivas de uma história...


... e lançam suas sombras nas fachadas igualmente antigas e solenes, plenas de memórias.


Mais do que lançar apenas sombras, algumas plantas se entrelaçam aos prédios formando parte de sua estrutura.


E a vida passa pelos arcos de vida dos bairros.


Em cada canto, praça, esquina ou rua sossegada há mundos de beleza, cenários puros e marcados pelas teias de natureza e cultura de nossa bela metrópole austral.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Homem - mulher = construção social ?



Meu amigo Nelson Prado Rocchi, psicanalista de Campinas (SP), me mandou algumas 
instigantes considerações sobre sexualidade que achei interessante compartilhar:
Anne Fausto-Sterling professora universitária de biologia e estudos femininos é muito citada
 por sociólogas feministas. Ela é homoafetiva e vive com Paula Vogel desde 2004.
Anne afirma que a dicotomia macho-fêmea é falsa.
Note-se que se não há dimorfismo sexual, isto é, diferenças marcantes entre homens e 
mulheres, então não há nada para a teoria da seleção sexual ( pelas fêmeas e mulheres)
explicar - isto é, por exemplo, a seletividade sexual feminina e a promiscuidade sexual 
masculina.
O argumento de Anne baseia-se na existência de hermafroditas, hoje nos dias da linguagem
 politicamente correta chamados de interssexuais.
Segundo ela 1,7% da população humana é composta de interssexuais.
Como os interssexuais "literalmente incorporam ambos os sexos", ela afirma que sua 
existência "enfraquece alegações referentes a diferença sexual".
Em vez disso, o que temos de fato é um contínuo. "Enquanto macho e fêmea se encontram
 nos extremos de um contínuo biológico", diz ela, "há muitos outros corpos que 
evidentemente combinam componentes anatômicos convencionalmente atribuidos tanto a
 machos como a fêmeas".
Continuando, diz ela, "no Ocidente, dividimos o contínuo em duas categorias, mas essa é
 uma decisão social", "assim, a dicotomia homem-mulher é uma construção social; o que a
 natureza nos dá não é ou/ou, em lugar disso, há matizes de diferença.
Ela define intersexo como qualquer indivíduo que se desvie do ideal platônico de dimorfismo
 físico nos planos cromossômicos, genital, gonadal ou hormonal - na opinião de Anne
 qualquer um que acredite em dimorfismo sexual é um essencialista platônico, que acredita
 que masculino e feminino são essências abstratas fixas fora do espaço e do tempo.
Em Sexing the Body ela reflete que podemos bem vir a considerar um dia os intersexuais
 como "especialmente abençoados ou felizardos", talvez até como "os mais desejáveis de
 todos os parceiros, capazes de dar prazer a seu companheiro de uma variedade de
 maneiras".
Anne Fausto-Sterling sugere que se eliminem as categorias de masculino e feminino das
 certidões de nascimento, carteiras de habilitação, passaportes e eventos esportivos.
Ela não esclarece se as categorias homem-mulher deveriam também ser eliminadas dos
 banheiros públicos, vestiários e prisões.

domingo, 9 de outubro de 2011

Cônego Carlos Menegazzi - 90 anos de amizade pelo mundo

O domingo foi de relembrar, profundamente, minha adolescência em Campinas. Participei de uma missa, seguida de almoço, em Helvécia, um distrito de origem suiça, perto de Campinas (SP), para comemorar os 90 anos do Cônego Carlos Menegazzi.


Durante trinta e um anos (1966 - 1997) ele foi o pároco da Igreja Sagrado Coração de Jesus, em Campinas, onde participei de uma comunidade de jovens e tive os melhores anos possíveis, enquanto amadurecia rumo à universidade e ao mercado de trabalho.


Sabe o que é alguém dirigir por 30 anos uma empresa, igreja ou universidade, e ao sair ninguém ter nada o que criticar ou maldizer de sua gestão? É o caso do Cônego Carlos. Ele é um dos padres que cumpre integralmente os três votos feitos solenemente na ordenação (pobreza, obediência e castidade) e deixou para todos nós (crianças, jovens, adultos, idosos)  um exemplo de como devemos tratar os outros e a nós mesmos. E não era só ele que dava bom exemplo, os casais que nos acompanhavam eram bastante normais e controlavam suas neuroses, eram bem sucedidos como pais e mães então sabiam como nos levar na boa. Molecada agitada, crítica e com muita vontade de curtir a existência. Ali, sentíamos em casa. Era nossa segunda casa e nossos pais algumas vezes brigavam de tanto que a gente ficava na igreja. Também, o salão térreo do prédio administrativo e de festas era só nosso: pebolim, snooker, ping-pong, uma sala de reuniões aberta e uma sala fechada onde guardávamos instrumentos musicais, livros, coisas de esporte, tranqueiras e coisas que os adolescentes gostam de ter (revistas, alguns posters, brinquedos...). Éramos umas cinquenta  ou sessenta pessoas, entre ambos os sexos. Aliás, os primeiros namoros começaram por ali mesmo. 


O Cônego era paciente, prudente e muito decente. Todos gostam dele, por isso tinha umas trezentas pessoas na festa que começou com uma missa concelebrada por dois bispos e vários padres. Na foto, o padre Carlos Menegazzi, o Cônego, Dom Gilberto Pereira Lopes, Arcebispo Emérito de Campinas, portanto já aposentado (o vigente morreu a uns dias) e o bispo Dom Luiz Antonio Guedes. 


Foi uma missa com cantos, solenidades e um longo discurso biográfico do Cônego Carlos, intensamente aplaudido.

Helvécia é um ugar tranquilo, com amplos salões e jardins cercados de matas e tranquilidade dos condomínios residenciais. Foi ali que o Cardeal Dom Aguinelo Rossi passou seus últimos dias depois que se aposentou no Vaticano. 


Pedro Henrique é um dos meus afilhados, Sara é sua namorada e Wanda Conti (à minha esquerda) uma amiga dos primórdios. Acho que eu tinha uns treze anos quando a conheci, então uma jovem orientadora espiritual dos grupos de jovens.


Aí estou com Wanda e Luiz Timossi, amigo dos tempos da comunidade. Dessa safra de amizades hoje sou padrinho de cinco afilhados(as) e mantenho contatocom vários dos antigos companheiros.


O bolo de 90 anos tinha detalhes generosos em trigo. Adorei.


Minha comadre Raquel e os amigos Mila e Antonio Carlos. Todos dos tempos da comunidade.


O irmão do Cônego (sentado bem à frente) é Nelson Menegazzi, o pai do Padre Claúdio Menegazzi. Conheço a família desde que tinha cinco anos de idade e o "seu" Nelson sempre era de uma gentileza e atenção primorosas. Ele era empresário e mágico... Nenhuma criança chorava perto dele porque logo, de suas mãos, surgiam bolas coloridas, moedas ou lenços de seda e depois sumiam como tinham surgido, no nada. 

Fernando Grohmann e Raquel Signorelli Grohmann são os pais do Pedro Henrique (e do Caio). Sou padrinho de casamento e do primeiro filho homem, isso é o topo da honra neste país e muito me orgulho dos compadres (e comadres) e afilhado(as). 


Wanda, eu, o Cônego Carlos e Luiz Timossi. Quase 40 anos de amizade e convivência divertida e altamente satisfatória.


Aqui deixo uma homenagem a Dom Gilberto Pereira Lopes, Arcebispo Emérito de Campinas. Ele era o Grã-Chanceler da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (atualmente está aposentado), durante a maior parte do tempo em que fui estudante e docente da universidade. Homem culto, discreto, recatado, atento e corajoso nas atitudes. Tivemos poucos momentos juntos, mas bastante significativos. O que bem me lembro é que sua ação refletia-se, na medida adequada,  na dinâmica acadêmica.


E encerro a postagem com a foto do meu amigo mais antigo, o Padre Cláudio Menegazzi. Estudamos juntos no antigo primário, no Colégio Sagrado Coração de Jesus; depois do Culto à Ciência e Senac Campinas, onde cursamos o técnico de Turismo; e depois, por um tempo, na PUC-Campinas, onde ele iniciou Turismo e depois foi para o seminário, tornar-se sacerdote católico. Um dos ótimos, por sinal. Como sobrinho do Cônego Carlos ele ajudou na festa, que teve a articulação de sua irmã, Mariza Menegazzi e de uma equipe de jovens senhoras e senhores, amigos dos tempos da paróquia, onde todos vivíamos uma gostosa utopia comunitária.