sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dia do professor

Hoje é o meu dia. Nosso dia. Professores, educadores, orientadores, monitores, titulares e suplentes. Todos educamos ou deveríamos educar.


Florestas inteiras já foram derrubadas para publicarem textos, tabelas e ilustrações sobre o que é a educação. Milhares de páginas virtuais são sobre educação. Festejada e esquecida, enaltecida e achincalhada, bem falada e mal feita, plataforma que serve para remediar todos os males do mundo ou sacerdócio que os cínicos afirmam ser a mais nobre das profissões, assim é a educação e assim são os professores.


Educamos para nossos (as) alunos (as) e ediscípulos (as). Educamos para os outros e portanto temos que ser bem educados, bem resolvidos, bem humorados e descolados. Lutamos a favor da liberdade, do conhecimento, da realização pessoal, das competências e eficazes e eficientes, da consciência de cidadania, do bem estar e do prazer em conhecer e agir num mundo sempre melhor. 


Então temos que ser sempre jovens e abertos, na mente e no espírito. Se lutamos por tudo de bom que o ser humano possui não podemos ser reprimidos enquanto mestres, nem ressentidos ou sarcásticos com nossos alunos; não podemos tergiversar quanto aos valores e isso implica que não seremos populistas ou demagógicos, mas mentores do conhecimento pluralista e fundamentado em teorias e conceitos filosóficos ou científicos. Não somos mercadores do lixo reciclado do pseudo-conhecimento de mercadinhos reluzentes com cheiros adocicados que nada mais são do que açúcar colorido na dieta intelectual das pessoas. Queremos um imenso bufê de cultura, farto, variado, calórico e principalmente saboroso. E muito inebriante, pois os vinhos da cultura não podem estar ausentes dessa festa. 


Somos homens e mulheres que sabem o que querem (ou pelo menos sabem o que não querem), lemos os clássicos, viajamos, curtimos, brigamos na rua, na época da juventude, contra a ditadura militar (bem, nem todos) e hoje queremos uma sociedade mais justa e desenvolvida. E mais gostosa, divertida e descolada. 

Não somos apenas professores, somos também alunos. Gostamos de aprender e compartilhar as nossas coisas. Escrevemos alguns livros ou apostilas, demos aulas e palestras, participamos de bancas de todo tipo, conversamos com gente boa e gente não tão boa, andamos pelo país e pelo mundo. Usamos diversos tipos de discursos, o científico, o filosófico, o artístico e às vezes o religioso e o lúdico. 

Hoje, sinto-me como o jequitibá do texto do Rubem Alves, onde ele compara eucaliptos (estéreis e solitários) e jequitibás (integrados em ecossistemas complexos) no mundo da educação. Adoro minha profissão, é muito legal, divertida e edificante. Curto meus colegas e os (as) alunos (as), curto o mundo da cultura e do conhecimento, as brigas internas da universidade, os corredores, as cantinas e os bares onde levamos a efervescência de nosso mundo. Curto aprender e ensinar.

Deixo essas palavras que bem refletem a missão de nossas vidas, os (as) professores (as):

"Não tendo encontrado em toda a galáxia nada que fosse mais precioso que a mente, encorajaram o seu aparecimento em todos os lugares. Tornaram-se lavradores nos campos das estrelas, semeando e, às vezes, colhendo." Arthur Clarke em 2001 - uma odisséia no espaço.

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