terça-feira, 29 de junho de 2010

Ilha Solteira (SP) - o rio

Fiquei devendo as fotos da represa de Ilha Solteira, mas vista por um ângulo diferente, do rio.

Essa é a área onde a água sai depois de girar as vinte turbinas. Nas próximas fotos você verá como é por debaixo dessas estruturas de concreto.

Depois do curso da segunda-feira 14/06, na terça-feira a Prefeitura de Ilha Solteira nos colocou num barco para vermos o rio Paraná e a represa. Na foto Marcelo e Karina em primeiro plano e atrás a Rafaela e o seu Luiz, o barqueiro. O veto forte deixa essas caras assim...

É um visual diferente. A imensa massa de concreto de quarenta metros de altura se ergue no horizonte represando o Paraná.

Veja o tamanho das estruturas, agora vistas da linha d´água.

O pequeno barco entrou sob parte do complexo ...

... para deixar bem claro a absoluta ausência de escala humana dessas mega-obras de engenharia.

Quando a represa solta o excesso de água é impossível chegar tão perto por causa das correntezas.
Já estamos regressando para descer o rio, ver as margens verdes e as águas límpidas e esverdeadas.
Essas torres levam a energia para parte do país. O que não fiz foi nadar nas áreas profundas porque estava um vento ligeiramente fresco, mas no verão o rio é ideal para esportes aquáticos. Pesca? Seu Luiz disse que quase nada devido à pesca predatória provocada pelos próprios moradores e à alta de fiscalização.

Atenção: Dia 1 de julho viajo em férias. Farei algumas postagens. De onde? Continua nas próximas postagens...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Taking off from Congonhas, SP

Texto e fotos: Luiz G.G. Trigo
Obs. Para ampliar clique na foto.

Em uma quarta-feira, 12 de maio de 2010, fiz o voo 1972 de São Paulo (Congonhas) para Porto Alegre em um dia de visibilidade razoável a bordo do 737-800 da GOL. Fotografei parte da viagem, desde a decolagem, mostrando a sequência da cidade de São Paulo a partir de Moema em direção litoral sul.

Logo após a decolagem do aeroporto de Congonhas, um porta-aviões em meio a prédios,

avenidas, alguns parques e imensas áreas urbanizadas, a cidade cresce aos nossos olhos.

Por mais alto que um jato suba, nunca dá para ver toda a mancha urbana em sua extensão.

Os bairros sucedem-se, cada vez mais verticalizados e densos.

Bem no meio da foto, o imenso espaço é o aeroporto. O avião fez uma curva e segue rumo ao sul.

A área verde é o Golfe Club de São Paulo. A faixa de água é rio Pinheiros e no alto da foto está Interlagos.
Aproximei a lente e fotografei o complexo do Centro Universitário Senac, na zona sul, ao lado do Golf Club. Note os prédios residenciais de alto padrão em fase de acabamento, bem em frente ao Senac. Em 2005, tudo isso era uma área degradada e cheia de entulho.

Já mais alto, o jato voa em direção às represas da cidade ....

... e ao longe já se vê o trecho sul do Rodoanel ...

... em parte de sua extensão.

O avião nivela ...
... e logo atinge o litoral sul. Imensas faixas retas de areia e matas ...

... contrastam com o azul do mar. Aí é a área de Iguape e Ilha Comprida.

Já no litoral do Paraná, a ilha do Mel estende suas terras cobertas de manguezais. Logo mais se inicia o Parque Nacional de Superagui, na divisa entre São Paulo e Paraná. Juntamente com o complexo da Juréia e Ilha do Cardoso (SP) , forma uma extensa área de preservação ambiental numa das mais belas seções do litoral centro-sul brasileiro, completamente preservada.

Depois é só relaxar e curtir o voo até os pampas, louvando o dia claro, a janela limpa do avião e o assento privilegiado para tirar fotos da viagem.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Copa 1970, Brasil Tri - 40 anos hoje

Hoje, início do inverno, faz 40 anos que o Brasil conquistou o tricampeonato mundial de futebol. Eu vivi a experiência. Tinha 11 anos de idade e vivia em um país que tentava se descobrir ao mundo, imerso na tragédia da ditadura militar que geraria uma série de crises econômicas nas próximas duas décadas. Mas, em 1970, éramos felizes e não sabíamos ser uma sensação falsa e efêmera.

A vontade de ganhar o Tri era forte. Acima está a´primeira página da reportagem do primeiro número da extinta revista Realidade (abril de 1966, editora Abril) que...

... teve o Rei Pelé na capa e uma reportagem ficção sobre a conquista do terceiro campeonato consecutivo de futebol naquele ano. Mas, foi só em 1970, com um time dos sonhos, que o desejo tornou-se realidade. O país parou. As ruas encheram-se de pessoas gritando, portanto flâmulas e bandeiras verde-amarelas e eu, um garoto de classe média sem nenhum arroubo nacionalista, via o povo delirar sobre um país do futuro que nunca passou de um tosco cenário de sua época. Só duas décadas depois o gigante adormecido mostraria seus músculos ao mundo, no contexto dos regimes civis e democráticos e de uma dinâmica dupla que envolveu regionalização e globalização em doses razoáveis. Hoje o Brasil do Penta nada tem a ver com o país que vivi nos anos 1970. Ainda bem.

Como eu era com 11 anos, em 1970? Está aí, acima. Pequeno, magro, cabelinho vasto e olhar pré-adolescente de garoto a caminho do existencialismo pós-1968 na vasta periferia do mundo civilizado.

Aí estou ao lado de minha avó materna (Elisa), meu tio Jose Godoy e sua esposa Zulma (extrema esquerda). Portava minha nova câmera Kodak Rio 400 e olhava sério para as lentes de alguém da família. Foi num domingo, em Campinas, no almoço no Palácio do Chopp, um restaurante que já não existe e servia um lombo de porco delicioso. Assim foi o ano de 1970, o ano em que vivemos uma doce ilusão política e um forte sentimento de vitória esportiva.


sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago, 1922 - 2010

Quem senão Alberto Caieiro, heterônimo de Fernando Pessoa, receberia o ateu José Saramago nos desvãos incognoscíveis do universo? Ao encontrá-lo, talvez recitasse a parte V do Guardador de Rebanhos, com ares indiferentes e distantes ....

"Há metafísica bastante em não pensar em nada.

O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do mundo?

Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
da minha janela (mas ela não tem cortinas).

O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério?
O único mistério é é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
Ea pensar muitas coisas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais do que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas,
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa."
...

Quando estive em Lanzarote pensei entender (mas só pensei e não entendi) porque Saramago escolheu viver naquela ilha devastada por um vulcão, com paisagens áridas e uma geologia viva, tão recente, que parece um planeta alianígena. Suas encostas de lava recém derramadas encontram as águas límpidas do Atlântico sob o céu azul sem poluição e as pessoas vivem em um mundo estranho, tão insólito quanto um conto sartreano ou até mesmo do realismo mágico latino-americano. Um lugar ímpar para uma existência profunda em sua ignorância do universo. Ali, hoje pela manhã, um escritor laureado deixou a vida e navegou rumo ao sol...




quinta-feira, 17 de junho de 2010

Copa do Mundo - memórias de 2002

Em maio de 2002, viajei a Jerusalém, a convite do Jewish National Found, para dar uma palestra sobre o Brasil.

O convite foi do meu amigo, Adi Niv (executivo na JNF), que conheci nos congressos da AIEST em Marrocos e em Malta. No domingo, 19 de maio de 2002, estava em um voo da Iberia, de Madrid para Tel Aviv, com escala em Barcelona.

No aeroporto de Barcelona, encontrei a Seleção Brasileira que estava a caminho da Tailândia e da Copa na Coréia do Sul e Japão. Lá ao fundo está a cauda do DC-10 da antiga Varig que transportou o time (para ver em tamanho maior, clique duas vezes na foto).

Era o voo especial Varig 9580.

A Seleção não viajou com muita esperança de conquistar o Penta. Na sala de espera tirei algumas fotos do time, no curto espaço de tempo que ficamos juntos esperando nossos voos. Acima Felipão olha tranquilo para a câmera.

Ronaldo Gaúcho era uma das estrelas do time ...

... ao lado de Kaká e Ronaldo. Na noite do sábado eles ganharam do Barça e estavam indo ao oriente em busca de vitórias. Coseguiram. Logo depois embarquei e atravessei o Mediterrâneo rumo à Terra Santa, uma das viagens mais interessantes que fiz.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ilha Solteira (SP) - APRECESP

Nessa última segunda-feira demos o último curso da primeira série de atividades destinada à APRECESP.

A APRECESP (Associação de Prefeituras de Cidades Estância do Estado de São Paulo)
( http://www.aprecesp.com.br/ ) fez um acordo com a GTTP Brasil (Global Travel and Tourism Partnership) para uma série de encontros com os responsáveis pelas políticas públicas de turismo, dessas cidades, para incrementar a discussão e treinamento na área.

Fechamos a primeira temporada em grande estilo, em Ilha Solteira, um lugar belíssimo a 680 km de São Paulo, à beira do Rio Paraná (acima), que divide SP de MS.

O Prefeito Edson nos recebeu com sua equipe e participantes das estâncias vizinhas (como Pereira Barreto e Presidente Epitácio) passaram o dia discutindo turismo, projetos e políticas para a área.

Ilha Solteira possui dois índices que revelam seu alto desenvolvimento: grande número de residências e estabelecimentos com ar-condicionado e excelente consumo de cerveja, afinal o calor do oeste paulista nada fica a dever para outros calores tropicais.


Esse é um dos acesso à Prainha, um local com ótima infraestrutura para banho, churrasco, camping e outras atividades de lazer.


As águas do Paraná são limpas, cristalinas e não focam frias nem nesta época do ano. No verão são um bálsamo para as altas temperaturas, juntamente com o ar-condicionado, as cervejas e os sorvetes.

Os professores de turismo Samira e Flávio participaram do encontro.

Ao meu lado o prefeito Edson Gomes (PP), Fernando Zuppo (Aprecesp) e os professores Karina Solha, Gleice Guerra e Marcelo Vilela.

Fui visitar a hidrelétrica de Ilha Solteira (3.444 MW instalados), a terceira maior do Brasil depois de Itaipu (14.000 MW) e Tucuruí (8.370 MW). São obras arquitetônicas e tecnológicas impressionantes.

Após girar as turbinas, as águas repousam entre as ciclópicas estruturas de concreto da base da hidrelétrica.

Em seu interior vinte turbinas geram, cada uma cerca de 150 MW, em um sistema que é constantemente monitorado, modernizado e informatizado.


Os pavilhões internos têm dois imensos andares que acomodam as vinte turbinas e as áreas de manutenção e acesso para todo o complexo.

Ao meu lado está o Secretário de Turismo, Darley Barros Junior. Estamos em frente a parte da turbina 1 de Ilha Solteira. Darley e Roque (da CESP) fizeram a gentileza de me acompanhar nessa visita.

Já visitem Itaipu por duas vezes e essa foi minha primeira visita à Ilha Solteira. Cada vez é como se fosse a primeira em termos de excitação, pois a escala humana torna-se ínfima ante a imensidão e a potência energética que exala dessas estruturas. O paredão da hidrelétrica em 40 metros de altura até a base e mais 32 metros até o fundo.

Essa é a vista que se tem da rodovia que liga SP e MS, que atravessa o topo da barragem.

Ao longo do rio, restaurantes, pesqueiros, praias e ranchos de veraneio vivem em meio à natureza e ao silêncio que envolve o céu, as matas e as águas ...

... uma imensa região no oeste de São Paulo pronta para ter o turismo desenvolvido.

À noite Darlei e Alexandre presidente do Contur) nos levaram ao restaurante Beira Rio onde comemos uma peixada deliciosa e conversamos sobre as possibilidades e os limites do turismo naquela região. Sem contar as trocas de piadas e chistes que encheram a noite de lua nova, em um céu que nos lembrava claramente sermos habitantes da Via Láctea.

Na manhã seguinte fizemos um passeio técnico de barco pelo rio, mas isso é para a próxima postagem.

Deixo, em nome de nossa equipe, os agradecimentos pela gentileza e hospitalidade da Prefeitura de Ilha Solteira, especialmente ao Secretário de Turismo Darley e sua equipe.

Informações Gerais de Ilha Solteira:
Região Administrativa: Araçatuba
Região de Governo: Andradina
Aniversário: 15 de outubro
Santo Padroeiro: São Francisco de Assis
Prefeito: Edson Gomes – PP
Presidente da Câmara: Luís Otávio Collus de Paula – DEM
População: 25.144
Gentílico: Ilhense
Área Territorial: 659 km2 (urbana 4,30 km2)
IDH: 10º no Estado e 33º no país
Altitude: 347,361m
Coordenadas Geográficas: Longitude: 51º06’35’’W; Latitude: 20º38’44”S


localização:
A cidade de Ilha Solteira localiza-se no extremo noroeste do estado de São Paulo, na divisa com Mato Grosso do Sul, na margem paulista do Rio Paraná, logo abaixo da confluência com o rio São José dos Dourados. Limita-se, ao Norte, com Rubinéia; ao Sul, com Itapura; ao Leste, com Pereira Barreto; ao Oeste, com Selvíria; ao Nordeste, com Suzanápolis e ao Sudeste, com Andradina. Está a 680 km da capital.


Fonte:
http://www.ilhasolteira.sp.gov.br/