sexta-feira, 2 de maio de 2008

Investment grade - o que esperar de bom?

O Brasil entrou formalmente no segmento dos países melhorzinhos para se investir e negociar. Eu penso que é um avanço significativo. Na internet, os comentários se dividem em: o mérito é dos governos anteriores; o mérito é do atual governo; isso não adianta nada porque os problemas do país permanecem. Vamos aos fatos:

1. O Alain Minc escreveu, em 1994, no livro A nova idade média, que "Se a Rússia conseguir algum dia trocar seu caos por uma desordem como a do Brasil, terá ganho a partida." (São Paulo: ed. Ática, p. 41). O resto do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), a Turquia, o México, tem um monte de problemas e nem por isso deixam de celebrar suas vitórias pontuais.

2. Imagine se fosse o contrário? Se o país tivesse sido rebaixado no ranking mundial de investimentos. De quem seria a culpa? Do atual governo, claro. Portanto a quem cabem os méritos? A vitória tem muitos pais, mas a derrota é orfã.

3. Ainda há muito a ser feito. Por exemplo, a FIAT investirá R$ 6 bilhões no Brasil, até 2010; a telefônica investiu US$ 10 bi, nos últimos dez anos. Las Vegas está investindo US$ 12 bi em projetos turísticos; Cingapura investirá US$ 15 bi em projetos de lazer e turismo até 2012. Há muito dinheiro rolando no mundo a procura de um ninho seguro para procriar.

4. O país tem petróleo, água e alimentos. Tem a gente, um povo doido e legal. Tem territórios imensos a espera de desenvolvimento (sustentável, de preferência). Tem indústria, serviços e setor agro-pecuário. E temos os nosso problemas, como os outros países nesse lado da galáxia. Chega do "complexo de vira-lata" do Nelson Rodrigues. E chega também de ufanismo babaca.

Às festas! Ao trabalho!

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