terça-feira, 18 de março de 2008

A morte de um mestre, no espaço

Arthur Clarke morreu hoje, aos 90 anos. Um ídolo para mim, um mestre da ficção científica. Vi o filme de Stanley Kubrick baseado em seu livro (2001, uma odisséia no espaço) na década de 1970. Não entendi porra nenhuma mas fiquei maravilhado com a história. Depois li o livro. Aí entendi. Até hoje. A frase sobre plantar inteligências nos vastos campos estelares me marcou. Para mim, ser professor e pesquisador é cultivar as inteligências dos outros e a própria.

Lembro da capa de seu livro em uma livraria do Guarujá. Era um garotinho e o espaço me encantava, mas demorei para entender melhor seu conteúdo. No Natal de 1986, estava só em Orlando. Passei a noite no quarto do hotel, lendo As canções da terra distante.

Depois admirei-me com 2010, 2061 e 3001. Clarke me contou parte do futuro. Antecipou delícias que ainda não aconteceram. Compartilho de seus últimos sonhos. Adoraria saber - ou ver - um extraterrestre. Adoraria saber que não estamos sós neste universo vasto e desconhecido. A última fronteira, o espaço, não me sai da mente. Morre, com ele, um pouco da minha fantasia, mas não da esperança.

Até um tempo. Em alguma variável do universo. Dê um abraço ao Philip Dick, ao Asimov, ao Lovecraft, ao Kubrick. E um beijão em Deus.

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